Não importa a atividade: antes de construir as futuras instalações de uma empresa é preciso analisar onde e como transformar o projeto em realidade. Caso contrário, o empreendedor corre o risco de ver o sonho ir por água abaixo devido a restrições do terreno ou da legislação municipal. O estudo de viabilidade comercial, como é chamado, pode ser a chave para um começo de sucesso.

O primeiro passo antes de começar a construir um imóvel comercial é a escolha do terreno. Parece simples, mas pode ser mais difícil do que se imagina, pois não se resume apenas à compra do lote. “Um médico não engessa um paciente sem antes tirar uma radiografia. O mesmo ocorre na construção de um empreendimento, pois não se pode começar a construir sem antes tirar uma ‘radiografia’ do local”, diz o arquiteto José Vicente Lopes, da Dória Lopes Fiuza Arquitetos Associados.

Este “exame”, diz Lopes, é chamado de estudo de viabilidade do terreno, que nada mais é que um relatório detalhado da área. Informações como quais as utilizações possíveis do terreno, interferências naturais presentes, disponibilidade de infra-estrutura, valorização futura, entre outras devem ser avaliadas antes da compra.

Segundo ele, um erro comum é só procurar o arquiteto com o terreno comprado e o objetivo definido. Exatamente por isso muitas vezes não é possível colocar em prática o sonho do cliente devido às restrições que o local apresenta. “Quando a pessoa compra um lote, tem a certeza de que aquilo que ela quer fazer no terreno pode ser feito, e nem sempre isso é possível”, diz. “Nós tivemos um caso de uma pessoa que comprou um terreno com doze metros de largura no único zoneamento de Curitiba em que é obrigatório um recuo lateral de um metro e meio para a construção de residências. Ou seja, ela comprou o terreno achando que iria construir uma casa com doze metros de largura, o que era impedido pela legislação”, exemplifica.

Situações como essas são mais comuns do que se imagina. Exemplo disso é a Clínica Quelle, localizada no Alto da XV, bairro da região central de Curitiba. O arquiteto conta que, quando o cliente procurou o escritório, queria construir um consultório de 400 metros quadrados em um terreno de 890 m2. “Na hora de adquirir o terreno contei apenas com a minha visão mercadológica”, diz o proprietário da clínica, o médico Jorge Valenga. Porém, quando foi realizada a avaliação do terreno, percebeu-se que de acordo com a legislação municipal só era possível construir 100 m2 no local.

A solução foi recorrer à prefeitura para apresentar o projeto e provar que a construção não iria interferir no contexto urbano da região. Só assim foi possível fazer o que o cliente desejava.


Fonte: Secovi PR